O MASHUP surge no
contexto das novas ferramentas da WEB 2.0 (cuja característica principal é a
integração com o usuário). O seu uso no campo da Ciência da Informação - CI (arquivos,
bibliotecas, museus, centros de documentação, serviços de informação e unidades
de informação) se constitui em ferramenta essencial para a disseminação da
informação, na medida que é mais uma ferramenta de recuperação da informação
para o atendimento as necessidades informacionais dos usuários na era do
conhecimento.
A Ciência da
Informação, segundo Capurro (2003), originou-se como uma teoria da information
retrieval - IR (teoria da recuperação da informação), que era baseada numa forma de
pensar fisicista. Por isso, o autor afirma que essa forma física da CI (também
conhecido como paradigma físico), excluía o papel ativo do usuário no processo
de recuperação da informação científica, em particular, bem como em todo
processo informativo e comunicativo, em geral. Mas admite que os limites da
teoria da recuperação da informação hajam conduzido a uma forma cognitivista de
pensar a CI (também conhecido como paradigma cognitivo). Há também
consenso entre os autores ao admitir que as origens
da Ciência da Informação encontram-se na Biblioteconomia, em especial nas áreas
de documentação e recuperação da informação, e que seu surgimento está
intimamente ligado à revolução científica e técnica que se seguiu à II Grande
Guerra, em especial ao desenvolvimento das Tecnologias de Informação e
Comunicação – TICs (SARACEVIC, 1996; INGWERSEN, 1992; LE COADIC, 1996).
(ROZADOS, 2003).
Isso pode ser em parte
entendido por que o paradigma físico se constituiu a partir do contexto
aplicativo da recuperação de informação, esculpido entre as décadas de 60 e 80,
que tinha como principal linha de estudos o enfoque essencial nos sistemas de
informação, o que colocava o usuário em um plano inferior. Já o paradigma
cognitivo tem seu advento em meados da década de 70, apresentando um olhar para
o usuário da informação sem considerar, no entanto, suas perspectivas sociais e
materiais, que só viriam com o paradigma social a partir de meados da década de
90. (SILVA; FARIAS, 2013).
Conclui-se que o MASHUP, bem como
outras ferramentas da WEB 2.0, viabiliza um processo de comunicação interativo
entre o homem e a máquina e que as mensagens enviadas pela máquina ou pelo
homem para um indivíduo podem transformar a informação abstrata em senso real.
REFERÊNCIAS
CAPURRO,
R. Epistemologia e Ciência da informação. V ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Belo Horizonte: ECI/UFMG, 2003.
SILVA. J.L.C.; FARIAS, M.G.G. Reflexões
teóricas sobre a construção paradigmática da Ciência da Informação:
considerações acerca do(s) paradigma(s) cognitivo(s) e social. BIBLIOS –
Revista de Bibliotecología y Ciencia de la Information, 2013. Disponível em
< http://biblios.pitt.edu/ojs/index.php/biblios/article/view/89/165>.
Acesso em nov.2013.
ROZADOS,
H.B.F. A Ciência da Informação em sua aproximação com as Ciências Cognitivas.
Em Questão, Porto Alegre, v.9, n.1, p.79-94, jan./jun. 2003.
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